quinta-feira, 8 de abril de 2010

o cheiro das memórias

Abri a janela e o cheiro da minha infância invadiu o meu corpo, entrou-me no sangue e tocou-me na alma.

É o mesmo cheiro.

Exactamente o mesmo cheiro dos dias em que o tempo era tempo de ter todo o tempo do mundo.

Em que as noites eram passadas sob um tecto de estrelas, entre risos e gargalhadas, entre conversas de quem tem ainda tudo para aprender e todas as certezas do mundo.

O cheiro do conforto de ter vivas todas as pessoas de quem gostamos.
O cheiro da despreocupação, da inocência, da beleza genuína das coisas.
O cheiro das primeiras paixões.

Abri a janela e recuei no tempo.
E percebi que trago comigo esse cheiro.
Guardado numa caixinha.
Uma caixinha vermelha que bate dentro do meu peito.

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