sexta-feira, 2 de abril de 2010

clientes novos clientes antigos

Se pensarmos bem, todos nós somos gestores de pequenas empresas e temos como objectivo principal aumentar as vendas e fidelizar os clientes.
Gerimos pequenas empresas que são a nossa própria vida, vendemos um produto específico que somos nós próprios e temos como clientes todas as pessoas que queremos manter na nossa esfera de relações.
As empresas são pródigas em "fazer olhinhos" aos novos clientes. São promoções, são descontos, são telefonemas "só para ver se precisa de mais algum esclarecimento". É a disponibilidade total e absoluta. "Isso não é um problema para nós, é uma oportunidade de melhoria".
E nós, gestores das nossas pequenas empresas que são as nossas vidas, fazemos igual. De repente, aparece-nos alguém novo. De quem gostamos. A quem queremos agradar. Que queremos seduzir. Que queremos que goste de nós. E todos nós somos qualidades. Somos agradáveis, simpáticos, disponíveis, atenciosos, meigos, solícitos. Estamos sempre lá. Estamos sempre bem arranjados. Estamos sempre bem dispostos. Somos descomplicados. Somos a perfeição em pessoa. Temos tempo. Tempo para ouvir. Tempo para dar. Tempo para sentir. Tempo para admirar.
As empresas esquecem-se dos clientes antigos. Não lhes oferecem as promoções. Não lhes fazem descontos especiais. Não telefonam apenas e só para saber se está tudo bem. Não entendem as sugestões como oportunidades de melhoria, mas sim como reclamações às quais não dão seguimento. Enviam um cartão de Natal com a assinatura digitalizada e é se não se esquecerem.
E nós fazemos igual. Descuramos as pessoas que temos há mais tempo na nossa vida. Não mimamos. Não damos atenção. Não seduzimos. Complicamos. Não temos tempo. Estamos cansados. Não nos arranjamos só porque sim. Não telefonamos só para dizer que gostamos. Não alimentamos a magia. Não oferecemos um presente sem data especial, só porque nos lembrámos que o outro iria gostar.
Enquanto houver oferta, a fidelização dos clientes depende mais das empresas do que dos próprios clientes. Cabe às empresas manter os clientes satisfeitos, sem vontade de mudar.
Sendo nós os gestores das nossas pequenas empresas, não dependerá também de nós a fidelidade de quem queremos manter na nossa vida?
Se nos esquecermos de seduzir, haverá quem o faça e depois não nos podemos queixar se a concorrência chegar, linda, disponível e cheia de novidades, e nos roubar os clientes!

2 comentários:

  1. Já tinha saudades de te ler... já nem me lembrava que escrevias com esta alma! Ainda bem que voltaste!

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