sexta-feira, 2 de abril de 2010

no dia de hoje

Um dia, por inspiração de alguém ou por vontade própria, (re)começo a escrever. Pego nas letras e nas palavras que estremecem dentro de mim e dou-lhes o sentido das frases. Daquelas frases em que (nos) lemos e quando as revemos não fazem sentido nenhum.

Um dia, como hoje, ou como outro dia qualquer, ponho por escrito o que vai cá dentro e deixo sair em silêncio o que não sai nas palavras que digo, porque sempre que o digo não soam aquilo que quero que se oiça.

Hoje, no dia em que revisitei os meus fantasmas, me perdi de novo no sal das lágrimas e no sonho do tempo, senti que era o dia de voltar a algum lugar que me aceitasse a escrita. Que ouvisse os murmúrios furiosos das teclas em que carrego como se carregasse nos males do mundo e entrasse no centro de mim.

De hoje em diante, talvez volte aqui de vez em quando. Sempre que não couber dentro de mim tudo o que tenho para dizer, sempre que as palavras forem demais para continuarem soltas e perdidas no vazio do tempo e na imensidão do espaço.

Um dia, por inspiração de alguém ou por vontade própria, (re)começo a escrever. Foi hoje o dia.