O caminho de volta a casa trouxe-me à memória o Verão dos meus 20 anos.
Não sei se é por fazer anos no Verão, se pelo facto de serem os Verões os marcos da nossa infância e juventude, que o Verão tem sempre em mim um sabor especial.
Custou-me, estranhamente e como em nenhum outro ano, a viragem da idade. O deixar de ser teenager para entrar na casa dos 20.
Não o sabia na altura – mas sei-o hoje- que nessa viragem se decidiu a minha vida.
Naquele verão, em que vivi intensamente o que se deve viver com 20 anos, a vida apresentou-me dois caminhos. E eu, sem nenhuma noção de que aquele seria o ponto decisivo, optei pelo caminho que me trouxe, entre planícies e montanhas, entre curvas e contra-curvas, entre cruzamentos e encruzilhadas, até onde estou hoje.
Foram dias e semanas de diversão. De risos e gargalhadas. De amizades perdidas pelo correr dos anos.
Foram meses de folia e passeios e paródias feitos da ingenuidade - quase a deixar de o ser - dos 20 anos.
Naquele Verão, em que os dias não tinham fim porque os relógios tinham avançado duas horas em vez de uma, as noites começavam mais tarde e nunca acabavam cedo. Foi um Verão em grande, como eram os dias.
Hoje, passados 16 anos desde esse Verão, lembrei-me de como a vida é feita desses “instantes decisivos”. Nunca, ou quase nunca, nos apercebemos de que há momentos em que temos a opção de escolher entre dois caminhos. E que a nossa escolha inconsciente nos vai guiar por um destino totalmente diferente daquele que teríamos se optássemos de forma diferente.
De escolhas se faz a nossa vida. Que sejam sempre as melhores.
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