Quando somos crianças, fazer amigos parece ser o mais fácil de tudo.
Não interessa o nome, o sexo, a nacionalidade, nem importa se falamos a mesma língua. Duas crianças começam a brincar e pronto. Está feita a amizade. E a amizade pode durar de um minuto a uma hora. Não interessa. Somos amigos o tempo que durar a relação. E isso chega.
Depois passamos a adolescentes.
E os amigos passam a ser o centro do mundo. São mais importantes que os pais, que os irmãos, que toda a família junta. Os amigos são deuses que nos guiam e amparam. São o centro das nossas atenções. São aquelas pessoas com quem queremos sempre estar e com quem estamos todos os minutos possíveis. É a fase dos "melhores amigos". é a fase das primeiras grandes desilusões, quando percebemos que os nossos grandes amigos não são seres perfeitos. E muitas vezes magoam-nos, atraiçoam-nos, "trocam-nos" por outros amigos. Na adolescência, temos dezenas de amigos. As nossas festas de anos parecem jantares de turma. Somos 30. Somos 40. Somos um mundo de amigos e a nossa popularidade mede-se pelo número de presenças na nossa a festa de aniversário.
E viramos adultos.
E o número de amigos diminui consideravelmene. Passamos a ser mais selectivos. Chamamos amigos a um grupo restrito de pessoas que nos acompanham nos momentos verdadeiramente importantes. Já não nos encontramos todas as Sextas e Sábados à noite. Encontramo-nos às vezes, em casa de uns e de outros, quando o resto da vida nos permite. Já não nos encontramos em todas as festas, em todos os concertos, às vezes nem sequer em todos os aniversários. Mas sabemos que nos encontramos em todas as separações, em todos os acidentes, em todas as doenças, em todos os velórios, em todos os funerais. Infelizmente, nesta altura da vida, encontramo-nos cada vez mais em alturas de tristeza e menos em alturas de alegria. Somos cada vez menos. Mas valemos cada vez mais.
Os amigos são as pessoas que escolhemos para partilhar a nossa vida. Sem imposições de sangue. São aquelas pessoas que sabemos que "estão lá", para o que for preciso. Os amigos são os irmãos que os nossos Pais não tiveram. Com quem partilhamos tudo o que é. E não tudo o que foi.
Há amigos de quem gostamos tanto, tanto, que nos dói a alma quando lhes dói a alma.
Há amigos de quem gostamos tanto, tanto, que ficamos felizes como crianças quando eles estão felizes.
Não gosto de anos pares. Os anos pares fazem-me mal a mim e aos meus amigos.
porque como alguém dizia:
ResponderEliminarA família nãose escolhe
Os amigos sim, por isso cabe-nos saber escolher aqueles que queremos que nos acompanhem nesta caminhada, ainda que por vezes não falemos ou estejamos tanto com eles como gostaríamos.
bjos