Já fui crente.
Já acreditei em Deus e na Igreja.
Baptizaram-me.
Fiz a 1ª Comunhão.
Fiz a Profissão de Fé.
Fiz o Crisma.
Casei-me pela Igreja.
Pertenci a um Grupo de Jovens da Igreja, que é muito mais do que "andar na catequese".
Fui ao Estádio do Restelo ver o Papa João Paulo II com uma muito maior emoção do que em qualquer concerto.
Rezava à noite.
Mas houve um dia em que a Igreja não me percebeu.
E eu não percebi a Igreja.
Um dia em que os Homensa da Igreja me julgaram e eu fiquei a perceber que a Igreja apregoa muitas coisas bonitas e faz tudo ao contrário.
Que a Igreja vive na hipocrisia da ajuda ao próximo, mas que vive no princípio do "venha a mim".
Que a Igreja prefere gastar milhões a construir santuários em Fátima - para gerar mais milhões - em vez de matar a fome a quem precisa.
No dia em que percebi estas coisas todas, afastei-me da Igreja.
E fui-me afastando de Deus.
E afastei-me tanto que O esqueci.
E esqueci-me tanto que deixei de acreditar.
E hoje lembrei-me disto, porque há alturas na vida em que acreditar, ou não, em Deus pode de facto fazer a diferença.
No fundo, acreditar em Deus, e por inerência na vida para além da morte, é assim como o casamento oficializado. Só se revela importante quando acaba.
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