Há acontecimentos que se interligam, num carrossel de movimentos que parecem dançar à luz das velas. Suaves, tão suaves que passam quase despercebidos.
Uma conversa, seguida de uma frase que se encaixa na perfeição. Uma música, que por unanimidade não se gosta. Que surge assim, num momento comum, em separação física mas em sintonia de emoções.
São assim as energias. Aquelas que nos movem em direcções certas sem que percebamos porquê. Às vezes nem depois de lá chegarmos. Que nos juntam a pessoas sem razão aparente. A esta pessoa, não àquela.
Há pessoas assim. Que chegam passados 20 anos como se tivessem ido só ali. Que não nos cobram. Não nos julgam. Não nos mentem. Não nos querem seduzir. Estão apenas. São apenas. Genuínas. Verdadeiras. Disponíveis.
E nova coincidência. Conversa adiada há anos com uma pessoa de todos os dias. Sobre uma outra de quem se gosta mas com quem se cruza de quando em vez. Dessa conversa, aquela que estava adiada, surge a notícia de um momento infeliz, que ainda há pouco, há poucochinho se passou. Como a dizer que não podemos estar demasiado tempo sem falar com quem gostamos.
Adiamos. O nosso nome do meio é adiar. Adiar telefonemas. Lembramo-nos, mas dizemos sempre :"mais logo". E esse logo nunca chega. Adiamos os encontros porque temos sempre algo tão inadiável para fazer como as coisas que fazemos todos os dias. Adiamos decisões, como se os problemas se resolvessem sozinhos.
E, de vez em quando, lá vem o carrossel de acontecimentos que nos diz que estamos ligados.
Que estaremos sempre.
Lá vem o carrossel de coincidências que nos põe a pensar que não podemos passar a vida inteira a adiar.
Porque um dia, já não teremos mais tempo.
Adorei esta passagem: "Estão apenas. São apenas. Genuínas. Verdadeiras. Disponíveis."
ResponderEliminarbeijinhos**