quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

a noite é boa conselheira

Gosto muito de provérbios e ditados populares.

Gosto porque na maioria das vezes, senão em todas, têm muito de verdadeiro.

O sono é muito importante. É durante o sono que arquivamos ficheiros. Que os catalogamos e os enviamos para as pastas certas, onde ficam guardados para os irmos buscar quando precisamos. Quando estamos acordados somos muito desarrumados. Organizamos em molho e isso normalmente resulta mal. O sono dá-nos a possibilidade de pôr tudo no sítio certo e de fazer links entre uma coisa e outra, para nos facilitar a vida no futuro.

Fico fascinada com o cérebro humano. Cada vez mais. Os sonhos,  a parte mais "visível" do que o nosso cérebro faz a dormir, é uma área que um dia ainda vou explorar melhor, porque sei que nos podem ajudar a perceber muito do que se passa connosco.

Ontem andei o dia todo à procura da chave do carro. Segunda-feira à tarde cheguei e a chave estava lá (ou o carro não teria ficado fechado). Terça de manhã não estava. Não estava em lado nenhum. Não estava na mala e o forro não estava descosido. Não estava na prateleira da estante onde a costumo pôr. Não estava no bolso do casaco com que tenho andado desde que o frio decidiu aparecer. Tendo em conta que tenho colocado coisas impensáveis em sítios estranhos, comecei a temer pela chave.

Comecei a procurar nos sítios mais improváveis e voltei a procurar nos mais óbvios. Nada. "Se calhar pus no lixo". Desisti. Havia de aparecer, quem sabe caída num canto qualquer.

Hoje, quando acordei, pensei se valeria a pena levantar-me. A professora da minha filha não tinha ido no dia anterior. Se hoje também não fosse mais valia ficarmos em casa. De repente, o meu cérebro deu-me uma imagem de mim própria à porta da escola. Vestida com um casaco que não usava há meses (ou se calhar há anos), mas que tinha vestido na segunda-feira à tarde para a ir buscar. É uma coisa estilo anorak que eu não gosto muito, mas chovia que se fartava e eu achei que seria o mais indicado.

Et voilá! Percebi nesse momento que era aí que estava a chave, no bolso desse casaco.

O meu cérebro, que não tinha ainda atingido o estado de vigília na sua plenitude (coisa que acontece, nos dias bons, só mais perto das 10 da manhã, independentemente da hora a que eu acordo) já me estava a dar a resposta que eu tanto procurei totalmente acordada e no uso pleno das minhas capacidades.

"Dormir sobre o assunto".

Fiquei maravilhada. O sono organizou-me os pensamentos e trouxe-me a informação que eu conscientemente tinha esquecido, mas que estava lá.

Moral da história: se dormir muitas horas todos os dias, sabe-se lá o que ainda posso descobrir!

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